
Camila Pitanga
Ela exibe sua sensualidade sem pudor, é arrogante e vulgar. A prostituta Bebel, de “Paraíso Tropical”, da Rede Globo, tem tudo para ser mais uma personagem marcante na carreira de Camila Pitanga.
Para viver essa garota de programa, a atriz de 29 anos intensificou as atividades físicas e passou a ter uma alimentação balanceada. "Procurei uma nutricionista que me passou um cardápio à base de arroz integral, verduras, legumes, carnes e frutas", conta.
Na vida real, a morena faz de tudo para não chamar a atenção. "Sou discreta, uso roupas sóbrias e pratico ioga para desenvolver ainda mais a tranqüilidade", revela a estrela, com seu jeito suave e pausado de falar.
Você fez alguma preparação especial no seu corpo para interpretar Bebel?
Sempre fui cuidadosa com o meu corpo. Para a novela, eu apenas fiquei mais disciplinada. Como a Bebel é uma stripper, há uma preocupação maior com a estética do que eu costumo manifestar normalmente. Ainda mais porque as roupinhas que ela usa são bem decotadas, com cortes bem abusados.
Quais foram as mudanças?
Eu sempre segui um cardápio balanceado, mas procurei uma nutricionista para me orientar. Passei a comer arroz integral, verduras, legumes, carne e frutas. E, atualmente, eu não cometo "loucuras" de abusar de gorduras e chocolates.
Mas tem algo que faz você esquecer as calorias?
Eu estou conseguindo me controlar bastante. Chocolate é algo que eu adoro, mas realmente estou evitando. Quando penso em comer, eu lembro das roupas que vou ter que colocar nas gravações e logo desisto [risos].
E exercícios físicos?
A prática de esportes sempre esteve inserida na minha vida. Mas com o convite para encarnar uma prostituta, eu me senti na obrigação de não me descuidar quando o assunto é malhação. Tudo em favor da auto-estima. Eu procuro ir à academia todos os dias. Faço musculação, aquaspinning (spinning dentro d'água), esteira, hidroginástica e ioga.
Você é uma mulher vaidosa?
Eu gosto de me cuidar e me sentir bonita. Passo hidratante diariamente e, quando vou à praia, uso protetor solar, mesmo sendo morena. Acredito que eu faça o que toda mulher faz: unha, cabelo, hidratação, depilação... Nada muito especial. O importante é se sentir bem.
Na novela, Bebel usa muitos decotes e minissaias. Isso influenciou no seu estilo?
Antes da Bebel, eu só usava sandália rasteirinha. Agora, já arrisco um salto alto. Sou discreta, uso roupas sóbrias e pratico ioga para desenvolver ainda mais a tranqüilidade. A Bebel usa roupas muito curtas. Não consigo colocá-las fora da novela.
Você fez algum laboratório para interpretar uma garota de programa?
Bebel tem bastante peito e nariz empinado. É meu espelho ao contrário. Para fugir dos estereótipos, a pesquisa e o contato com garotas de programa foram fundamentais. Estudei várias teses de doutorado sobre o tema e assisti a uma porção de filmes. Eu queria saber como outras atrizes que interpretaram prostitutas lidaram com a sexualidade de suas personagens.
Além das leituras, você visitou algum lugar?
Eu procurei a instituição carioca Da Vida, que promove a cidadania das prostitutas. Foi fundamental visitar essa ONG, onde conheci várias profissionais. Mais do que me apegar a um jeito de ser característico, esse contato me ajudou a liberar a Camila para encontrar o jeito de ser Bebel. Precisei me esquecer para deixar nascer o jeito de ser da personagem.
Você passou a ver as garotas de programa de outra forma?
Com certeza. Mulheres de certo nível social tendem a enxergar a prostituta como aquela pobre humilhada e explorada e nem sempre elas se encaixam nesse modelo. Até existem algumas assim, mas também há prostitutas bem resolvidas que gostam do que fazem.